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A Pior Pessoa do Mundo (2021)

'A Pior Pessoa do Mundo': E Se Estar Perdido For o Caminho Certo? Você já teve a sensação de que está apenas assistindo à sua própri...



'A Pior Pessoa do Mundo': E Se Estar Perdido For o Caminho Certo?

Você já teve a sensação de que está apenas assistindo à sua própria vida passar? De que, enquanto todos ao seu redor parecem ter um plano, você continua pulando de uma paixão para outra, de um emprego para outro, de um amor para outro, sem nunca saber se está no caminho certo? Se a resposta for sim, então "A Pior Pessoa do Mundo" não é apenas um filme para você — é um espelho.

Dirigido pelo norueguês Joachim Trier, este filme, que encerra sua "Trilogia de Oslo", é muito mais do que uma comédia romântica. É um retrato brutalmente honesto, engraçado e, por vezes, doloroso do que significa ser jovem (ou nem tanto) e completamente perdido no século XXI.

Conheça Julie: a Rainha da Indecisão

A nossa protagonista é Julie (interpretada de forma brilhante por Renate Reinsve, que levou o prêmio de Melhor Atriz em Cannes por este papel). Aos 30 anos, ela ainda não sabe o que quer da vida. Começa a estudar medicina, muda para psicologia, e depois decide que sua verdadeira paixão é a fotografia. Parece familiar?

A jornada de Julie é marcada pela paralisia da escolha. Em um mundo com infinitas possibilidades, a pressão para tomar a decisão "perfeita" é tão grande que ela acaba não se comprometendo com nada. O filme não a julga por isso. Pelo contrário, ele nos convida a sentir a sua angústia e a sua euforia a cada nova tentativa de se reinventar.

Dois Amores, Dois Mundos

A indecisão de Julie não se limita à carreira; ela se estende ao coração. Sua vida é definida por dois relacionamentos que representam futuros completamente diferentes:

  • Aksel: Um cartunista mais velho, inteligente e bem-sucedido. Ele representa a estabilidade, a cultura, um futuro com filhos e uma casa. Com ele, Julie tem profundidade e segurança, mas também o peso das expectativas.

  • Eivind: Um barista charmoso e espontâneo que ela conhece por acaso. Ele representa a leveza, o presente, a vida sem planos. Com ele, a vida é mais fácil e divertida, mas talvez um pouco vazia.

A questão do filme não é "qual homem ela deve escolher?", mas sim "que tipo de vida ela quer para si mesma?". A resposta, como na vida real, não é nada simples.

Um Filme que Ousa Sonhar

O que torna "A Pior Pessoa do Mundo" tão especial é a sua criatividade. A história é contada em 12 capítulos, um prólogo e um epílogo, como se estivéssemos folheando o diário da vida de Julie.

E há momentos de pura magia cinematográfica. A cena mais icônica, em que o tempo congela e Julie corre pelas ruas de Oslo para encontrar Eivind, é uma das sequências mais bonitas e românticas do cinema recente. É a representação visual perfeita daquele sentimento de que, quando você se apaixona, o resto do mundo simplesmente para de existir.

Afinal, Ela é a Pior Pessoa do Mundo?

O título do filme é uma grande ironia. Julie não é uma pessoa má. Ela é apenas alguém que, em sua busca desesperada por autenticidade, acaba magoando os outros e a si mesma. O título reflete aquele sentimento terrível que todos já tivemos: a sensação de ser inadequado, de não corresponder às expectativas, de ser um fracasso aos olhos da sociedade e, principalmente, aos nossos próprios olhos.

"A Pior Pessoa do Mundo" é um filme que valida a incerteza. Ele nos diz que não há problema em não ter todas as respostas. Que a vida não é uma linha reta, mas uma série de capítulos bagunçados, alguns felizes, outros tristes, e que o mais importante é continuar virando a página.

É um filme para quem já se sentiu a pior pessoa do mundo, apenas para descobrir que estava simplesmente sendo humano.

E você, já assistiu? Conte nos comentários o que achou!