Uma Viagem Eletrizante de Ação e Comédia nos Trilhos do Japão "Trem-Bala" (Bullet Train) acelera para o cenário cinematográfico co...
Uma Viagem Eletrizante de Ação e Comédia nos Trilhos do Japão
"Trem-Bala" (Bullet Train) acelera para o cenário cinematográfico como um coquetel explosivo de ação estilizada e humor ácido. Sob a direção de David Leitch, um mestre do gênero que nos deu "Atômica" e "Deadpool 2", o filme é uma jornada caótica, sangrenta e inegavelmente divertida, provando que, às vezes, o destino é uma colisão inevitável a 300 quilômetros por hora.
A premissa coloca-nos a bordo do Shinkansen, o trem-bala japonês, na companhia de "Joaninha" (Brad Pitt), um assassino de aluguel que, após uma maré de azar, tenta adotar uma abordagem mais zen para o seu "trabalho". Sua missão, que ele espera ser simples, é roubar uma maleta. O problema? O trem está lotado com outros assassinos de elite, incluindo a dupla hilária e letal Tangerina (Aaron Taylor-Johnson) e Limão (Brian Tyree Henry), a dissimulada e perigosa Prince (Joey King) e outros mercenários com objetivos que se cruzam de maneiras sangrentas e inesperadas.
O grande motor do filme é, sem dúvida, seu elenco carismático. Brad Pitt está em sua melhor forma, entregando um timing cômico impecável como o protagonista relutante, cujas tentativas de encontrar a paz são constantemente frustradas pela violência que o rodeia. No entanto, são Taylor-Johnson e Henry que roubam a cena como os "irmãos" assassinos, cuja dinâmica, baseada em adesivos de "Thomas e seus Amigos" e discussões existenciais, oferece as maiores gargalhadas e alguns dos momentos mais genuinamente cativantes do longa.
Leitch orquestra as sequências de ação com a precisão de um maestro do caos. As lutas são criativas, brutais e fazem um uso brilhante do espaço confinado dos vagões. De batalhas em um vagão silencioso a confrontos com mascotes fofinhos, a violência é coreografada com uma energia que remete a uma mistura de Jackie Chan com Guy Ritchie. A estética vibrante, com luzes neon e uma trilha sonora pop, complementa perfeitamente o tom exagerado e autoconsciente da narrativa.
Contudo, a viagem não é isenta de solavancos. O roteiro de Zak Olkewicz, baseado no romance de Kōtarō Isaka, por vezes se esforça para manter todas as suas subtramas e reviravoltas em movimento. A teia de conexões entre os personagens é engenhosa, mas depende de uma série de coincidências que podem testar a paciência de alguns espectadores. O ritmo frenético, embora em grande parte uma virtude, pode deixar pouco espaço para respirar, tornando o terceiro ato um pouco exaustivo em sua sucessão de confrontos.
Apesar de um enredo que por vezes ameaça descarrilar sob o peso de suas próprias ambições, "Trem-Bala" é um sucesso retumbante como entretenimento puro. É um filme barulhento, estiloso e que não tem medo de abraçar o absurdo. Com um elenco fantástico se divertindo visivelmente e sequências de ação que são um espetáculo à parte, o filme entrega uma descarga de adrenalina e humor que o torna uma das viagens mais memoráveis e divertidas do cinema de ação recente. Se você procura uma fuga da realidade que seja inteligente, engraçada e cheia de pancadaria, embarque sem hesitar: este bilhete vale a viagem.