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A Última Loucura de Mel Brooks (1976)

“A história é de uma simplicidade ímpar. Um diretor (Mel Funn), tenta com a ajuda de seus dois amigos inseparáveis (Marty e Dom) retomar a ...


“A história é de uma simplicidade ímpar. Um diretor (Mel Funn), tenta com a ajuda de seus dois amigos inseparáveis (Marty e Dom) retomar a carreira, depois de problemas com o vício do álcool. Ele pretende realizar um filme mudo em plena década de 70. Só consegue convencer o estúdio, devido à promessa de amealhar um elenco de estrelas”.

Assisti a esse filme quando de sua estréia no Brasil. Lembro-me que na época, estava com 13 anos e fui assistir a um filme estrelado pelo Louis de Funès. Na realidade, aquela época, fugia dos filmes mudos, em preto e branco e também dos musicais. Como mudei.... Do filme do Luis de Funès nem me recordo o nome, tampouco a história.

Já do filme do Mel Brooks que assisti após insistência da turma, ficou-me na retina várias imagens e situações. Pude constatar tal, agora que o revi na TV fechada. Pude verificar também que esse filme funciona muito mais na tela grande, projetado para um grande público, já que ele não visa o sorriso, mas sim gargalhadas.

Sempre achei o humor de Brooks um pouco pesado, e às vezes de mau gosto. E ficava me perguntando, qual a razão desse filme se distinguir dos demais. Acreditei até em sofismas: “trata-se de um filme que vai homenagear a era muda, e devido ao tema, ele não carregou nas tintas”. Bobagem pura, já que ele sempre gostou de parodiar e homenagear os gêneros da indústria de Hollywood. Foi assim com o faroeste (Banzé no oeste), com o suspense (Alta ansiedade), com os filmes de terror da década de 30 e 40 (O jovem Frankenstein) e a ficção científica (S.O.S. - Tem um louco solto no espaço).

Então desisti de querer saber o que faz com que esse filme me agrade tanto. Na realidade Brooks conseguiu amalgamar ótimas gags (seria impossível enumerar os acertos nesse espaço), um grande elenco que parece se divertir muito, parodiando a si mesmo (Burt Reynolds era na época a maior bilheteria americana e brinca com a situação construindo um ego-maníaco) e a aparição curta e direta do mímico Marcel Marceau (ironicamente responsável pela única palavra sonora da película – um sonoro “não”).

Fazendo um filme mudo com o apoio de inter-títulos, Brooks provou que não existe linguagem ultrapassada. O que vale em qualquer situação é o talento. Em minha opinião o seu melhor filme e uma das melhores comédias dos últimos 40 anos.



Escrito em 08/04/2008 por Conde Fouá Anderaos