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A Testemunha (1985)

Uma jovem viúva amish conduz seu filho de sete anos até Baltimore para visitar parentes. Lá ele assiste por acaso o assassinato de um home...


Uma jovem viúva amish conduz seu filho de sete anos até Baltimore para visitar parentes. Lá ele assiste por acaso o assassinato de um homem dentro de um banheiro público. Vira então a única testemunha do fato. O morto era um policial, e John Book é o detetive encarregado de proteger a testemunha e dar rumo as investigações. Só que os envolvidos são seus superiores. O crime estava ligado as drogas. Perseguido por policiais corrutos ele é ferido. Auxiliado pela viúva ele se recupera dentro da comunidade amish e passa a conviver com os membros da seita. Só que a certa altura seu chefe invade o local, auxiliado por outros para o eliminar, transformando o ambiente de paz em um inferno.

Peter Weir é australiano. Esse foi seu primeiro filme em terra do tio Sam. Felizmente, em suas mãos aquilo que seria apenas um triller policial se transformou em algo mais. Ele acaba por nos conduzir a penetrar em um mundo deslocado no tempo e no espaço. Esse mundo é colocado em desordem pela presença de um intruso. Percebe-se que o que motivou Weir a rodar o filme foi seu interesse em descrever essa comunidade que se contrapõe a violência do mundo cotidiano. Também não deixa de ser um apelo a tolerância e a compreensão de que podemos viver num mesmo planeta apesar das diferenças. Um apelo limitado é verdade, pois sabemos que Book acaba por rejeitar Rachel, pois ele pode até compreender aquele mundo em que ela habita, mas não deseja ali permanecer. Peter Weir demonstra uma boa dose de humor (sutil é verdade) ao mostrar esse relacionamento.

E o desfecho faz com que pensemos quem seria a testemunha do título. Samuel ou toda a comunidade que através de uma ação ativa, mais não violenta, desarma os intrusos por serem um grupo muito numeroso para serem eliminados.

O filme entretanto em minha opinião não conseguiu atingir o objetivo de desvendar o modo de vida dos amish. Ficou apenas na superfície, pois a mostrou apenas enquanto um cenário, não levantando questões críticas sobre tal modo de vida. Questões como, o porquê da não utilização de telefones, automóveis ou eletricidade de maneira ampla. Um filme que se deixa ver, mas que acabou apenas pincelando num tema que merece uma abordagem mais profunda.


Escrito em 28/02/2008 por Conde Fouá Anderaos

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