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Cão Danado (1949)

Quem assistir “Cão danado” terá a primeira impressão que se trata de um mero filme policial, daqueles que os EUA produziam as centenas na d...

Quem assistir “Cão danado” terá a primeira impressão que se trata de um mero filme policial, daqueles que os EUA produziam as centenas na década de 30 ou 40. E não é condenável essa visão. Kurosawa com certeza bebeu dessa fonte ao dirigir a película. A história a primeira vista pode ser resumida da seguinte maneira: Policial novato, por descuido tem sua arma furtada e ela cai nas mãos de um ladrão que passa a roubar e matar. Com o passar do tempo esse policial condena-se pelo seu erro, enquanto procura desesperadamente recuperar a arma e capturar o meliante. Nada mais simples e ao mesmo tempo enganador tal resumo. Kurosawa ao transpor um gênero norte-americano para a realidade do Japão pós-guerra, utiliza-se da realidade local e nos brinda com uma visão tipicamente pessoal e realista do que era Tóquio naqueles tempos. O filme torna-se então um precioso documento de uma época.

Mais do que a típica história com perfil psicológico de um policial que quer se redimir perante si e seus pares, o olhar do diretor aprofunda o tema, pois tanto o criminoso, quanto o agente da lei, nada mais são do que ex-combatentes que buscam se reerguer. É uma história que retrata dois seres que retornam da Guerra e procuram encontrar seu espaço em meio a uma sociedade destruída. Se um deles encontra esse espaço junto à lei, o outro permanece uma arma de morte destituída de individualidade, que acaba por se amalgamar na arma que obtém. O duelo final em que um policial ferido subjuga o criminoso mostra bem o grau de destruição em que chegou tal criatura. Policial e criminoso são as duas faces de uma mesma moeda, apesar da preocupação demonstrada pelo sorte do bandido, existe a preocupação de anulá-lo a fim de que não destrua outras vidas.

Kurosawa sempre foi acusado de ocidentalizar-se. Crítica típica de quem sabe que não pode equiparar-se. Kurosawa é universal e foi o primeiro a perceber que ninguém deve ser uma ilha, visto que a verdadeira arte tem de ganhar ares universais. Filme em que se pode vislumbrar o germinar das obras-primas que ele realizaria nos anos subsequentes.

Escrito por Conde Fouá Anderaos 

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