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10 filmes dos anos 2000

Primeiramente deixo bem claro que essa é uma opinião extremamente pessoal. Não tem como objetivo ser um retrato da realidade, mas sim expres...

Primeiramente deixo bem claro que essa é uma opinião extremamente pessoal. Não tem como objetivo ser um retrato da realidade, mas sim expressar a minha humilde opinião. Certamente você discordará dessa lista, desse modo, fica o espaço para você criar seu próprio Top 10 Anos 2000 nos comentários.
1. Antes do Pôr-do-Sol (continuação do excepcional Antes do Amanhecer, narra o reencontro de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) nove anos após se conhecerem em Viena. Obra-prima de Richard Linklater, transcorrida no período de uma tarde e indicada ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado com dois dos personagens mais realistas da história do cinema. Um romance pessoal, e ao mesmo tempo concreto, como pouquíssimos outros)
2. Apenas uma Vez (filme irlandês que conta a história de um músico britânico (Glen Hansard) que conhece uma turista tcheca (Markéta Irglová) e passam a compor musicas juntos. Eles se apaixonam um pelo outro, mas tem dificuldades em iniciar um relacionamento. Filme de John Carney ganhador do Oscar de Melhor Canção. Um excelente romance bastante realista, com uma trilha sonora ainda melhor.)
3. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (uma comédia romântica que, para alguem desavisado, pode, numa primeira análise completamente superficial, parecer demasiadamente pretensiosa, mas é um filme brilhante do diretor Jean-Pierre Jeunet. Um exercício de cinema com roteiro, trilha sonora, fotografia e montagem excelentes. Um filme pelo qual é quase impossível não se apaixonar)
4. Snatch - Porcos e Diamantes (aos moldes de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegante, Snatch se utiliza de um elenco inspirado e um roteiro bem dinâmico para contar a história de vários personagens em busca de um diamante valiosíssimo. Um filme do outrora promissor Guy Ritchie que se tornou um ícone quase que underground da cultura pop pós-moderna)
5. Match Point - Ponto Final (Woody Allen já vinha há alguns anos demonstrando certa dificuldade em retomar a qualidade de seus filmes. Após uma década extremamente fraca em termos artísticos se comparada ao seu auge, nos anos 70, ele nos surpreende com este ótimo filme que conta a história de um tenista (Jonathan Rhys Meyers) que se apaixona pela cunhada de sua noiva (Scarlett Johansson e Emily Mortimer, respectivamente). Um filme totalmente diferente das tradicionais comédias e dramas do diretor. Um suspense ao estilo de Hitchcock, que não perde em nada para os filmes do mestre)
6. As Bicicletas de Belleville (Sylvain Chomet se utiliza da animação para contar a história de Madame Souza que tem o seu filho ciclista sequestrado, o que a leva em uma jornada até Belleville, acompanhada apenas de seu cachorro Bruno, para tentar resgatá-lo. Um filme extremamente audacioso, sem nenhum diálogo (eles não são necessários em nenhum ponto), feito em computação gráfica mas com um visual proposital de desenho à mão, para resgatar a nostalgia dos clássicos da animação e recheado de referências à obra de Jacques Tati. Destaque para a trilha sonora magnífica)
7. Réquiem Para um Sonho (Darren Aronofsky se utiliza de quatro personagens para adentrar o mundo das drogas, numa viagem pertubadora pelos subconscientes de seres humanos que destroem suas vidas apenas por estarem buscando sua satisfação pessoal. Um trabalho de montagem brilhante que torna a obra ainda mais chocante. Lembre-se que os personagens, durante todo o filme, apenas buscam a sua felicidade)
8. Elefante (Gus van Sant é um dos diretores mais polêmicos da atualidade, mas também é um dos mais talentosos. E com Elefante ele mais uma vez demonstra seu talento e sua capacidade de gerar polêmicas. O foco dessa vez está no massacre de Columbine, mas ao contrário do que fez Michael Moore em seu brilhante Tiros em Columbine, Gus van Sant preferiu fazer uma dramatização do incidente, criando personagens e histórias. O ponto alto do filme é, certamente, a frieza com que o diretor retira de cena aqueles personagens com que o espectador foi brilhantemente induzido a se identificar. Frieza essa que eu admiro profundamente em uma obra)
9. A Lula e a Baleia (Noah Baumbach, o eterno parceiro de Wes Anderson, apresenta a história de um casal em processo de separação e seus dois filhos adolescentes. Um filme simples, cru, baseado em experiências do próprio diretor, mas que possui um forte apelo emocional, sem em nenhum momento sequer ameaçar tender à pieguice. Consegue tocar exatamente nas feridas de quem assiste, tornando impossível não se identificar com alguma passagem)
10. Na Captura dos Friedmans (e para encerrar a lista, um documentário. Mas não um documentário qualquer, um documentário que impressiona pela extrema imparcialidade. O documentário aborda a família Friedman que foi objeto de polêmica nos Estados Unidos em 1987 após sérias acusações de abuso sexual para com menores que recaíram sobre dois membros da família. Um filme que, a primeira vista, pode parecer inconclusivo, mas que sob uma análise mais profunda, se mostra ser realmente isso. Seu propósito não é acusar culpados ou inocentes, mas sim apresentar os fatos para levar o espectador às suas próprias conclusões. Uma aula de como se fazer um documentário que poucos aprenderam)