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A Teta Assustada (2009)

Ao contrário do que acredita a grande maioria da população leiga, o Oscar não visa premiar os melhores filmes do mundo. Ele tem o mesmo pape...

Ao contrário do que acredita a grande maioria da população leiga, o Oscar não visa premiar os melhores filmes do mundo. Ele tem o mesmo papel do Bafta na Inglaterra, do César na França, do Grande Prêmio Cinema Brasil, do David di Donatello na Itália e do Goya na Espanha. Sua função é vangloriar o cinema nacional, no caso, o cinema norte-americano ou estadunidense, como preferir. Nessa festa, os filmes estrangeiros são os penetras. Como todo penetra, eles não são bem-vindos. Para acatar a onda de globalização crescente na década de 50, foi criada uma categoria de Melhor Filme Estrangeiro, mas essa categoria vem tendo alguns problemas. O maior deles talvez seja pela má vontade de seus votantes, visto que americanos tem uma grande aversão a filmes legendados. Veja o exemplo de Abril Despedaçado, um filme que começa lento, mas ganha um ritmo bom e se torna um filme excelente. Foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e rodou na primeira fase na corrida para o Oscar na mesma categoria. Exatamente o oposto disso é A Teta Assustada, indicado ao Oscar nessa categoria. O filme começa extremamente bem, com uma senhora cantando uma música que retrata como, durante a ditadura militar, ela grávida viu seu marido ser assassinado pelo exercito para, na sequencia, ser estuprada por um soldado. Pouco depois ela morre e passamos a acompanhar Fausta, que por conta do trauma da mãe contrai uma doença psicológica local conhecida como "teta assustada" cujos sintomas são medos irracionais, sangramentos e desmaios quando exposta a esses medos. Seu medo maior é o medo de ser estuprada, e, para se proteger, insere uma batata na vagina. Após esse inicio excelente, o filme perde totalmente o rumo. Começa uma sucessão de cenas completamente inúteis, a diretora perde o ritmo da obra, quase que deixando a protagonista de lado para dar ênfase a uma festa de casamento cuja função na história não é muito clara, Fausta começa a se tornar uma personagem extremamente ignorante, quase uma caricatura, algumas metáforas visuais começam a ser jogadas aqui e ali, mas elas não fazem sentido algum, visto que elas são simplesmente jogadas a esmo. A única função dessas metáforas é tornar o filme uma obra extremamente imatura. Mas o pior de tudo é a sensação que fica no final desse filme terrivelmente lento e maçante. Uma sensação de que nada de útil ou interessante foi mostrado. Não é possível extrair nenhuma moral, lição de vida ou ensinamento cultural dessa obra vergonhosa. Uma prova de que o cinema latino, embora possua algumas boas obras, ainda precisa crescer e muito.