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Koyaanisqatsi (1982)

ko-yaa-nis-qatsi (da língua indígena Hopi) 1. vida louca. 2. vida tumultuada. 3. vida desequilibrada. 4. vida em desintegração. 5. Estado de...

ko-yaa-nis-qatsi (da língua indígena Hopi) 1. vida louca. 2. vida tumultuada. 3. vida desequilibrada. 4. vida em desintegração. 5. Estado de existência que clama por outro modo de viver Atualmente, a grande maioria dos filmes é feita visando o circuito comercial e os lucros astronômicos, mas em 1983 Godfrey Reggio iniciaria a trilogia qatsi, que por si só seria uma critica a toda a condição humana, incluindo dentro dessa, o circuito comercial. Os três títulos da trilogia foram lançados em 35mm visando o circuito comercial, mas sempre se soube que nenhum dos três faria grande sucesso de bilheteria. Nenhum diálogo, nenhuma história. Apenas uma sucessão de imagens compondo um panoma da condição sociopolítica da humanidade nos dias atuais sob uma trilha sonora excelente e marcante que tornam Koyaanisqatsi a maior obra do movimento vanguardista na história do cinema e parada obrigatória para qualquer um que queira conhecer um pouco mais dessa arte. O filme visa uma harmonia perfeita (harmonia essa magistralmente alcançada) entre direção, fotografia e trilha sonora, as três perfeitas e conduzidas por Godfrey Reggio, Ron Fricke e Phillip Glass respectivamente, três grandes gênios em suas melhores formas. Outro ponto de destaque na obra é a sua estrutura não-narrativa, que poderia facilmente se tornar um desastre, mas que é conduzida por Reggio de uma forma que consegue passar sua mensagem de uma forma até mais eficiente do que seria por uma linha narrativa comum. O último detalhe a se destacar é a própria mensagem de que a antiga harmonia entre homem e natureza se quebrou e está se dirigindo a patamar de destruição sem volta. Uma mensagem extremamente clichê, mas que contada de uma forma original, se torna algo terrivelmente impactante. De certa forma, consegue causar mais impacto no espectador do que Al Gore e sua Verdade Inconveniente na hora de mostrar as consequências das atitudes do homem sobre a natureza. Fotografia de lapsos de tempo, lentes anamórficas, montagem rápida e diversas velocidades de câmera se desdobram em um caleidoscópio de som e imagens que busca retratar o mundo de uma maneira original e inusitadas e gerar pensamentos originais e inusitados na mente do espectador para fazê-lo questionar seu real papel na sociedade. Com fortes influências no cinema underground nova-iorquino, Koyaanisqatsi se tornou o filme de vanguarda de maior sucesso de todos os tempos mais do que merecidamente.