Big Leaguer (1953)

Se Apache já foi repudiado por boa parte da crítica, o que dizer desse Big Leaguer? O primeiro trabalho legítimo de Robert Aldrich na direção acabou se tornando um perfeito exemplar de o que é um filme de estréia. Uma cara experimental (sobretudo pela curtíssima duração, de apenas 70 minutos), um roteiro mal trabalhado, uma coleção de lugares-comuns e uma temática tola fazem desse um filme totalmente esquecível. Bem, ele foi devidamente esquecido, então tudo bem. Se o tema do beisebol é tolo e usado até a exaustão, aqui pelo menos há uma falsa idéia de que há uma visão diferente da tradicional. Embora o plano inicial fosse colocar como protagonista a figura de John Lobert, interpretado por Edward G. Robinson, um treinador de categorias de base, e fazer um fime abordando o processo de seleção de novos jogadores, a popular "peneira". Porém, inexplicavelmente, a trama se vira e Adam Polachuk assume o papel de protagonista. Um jovem que foge da escola para jogar beisebol contra a vontade do pai, mas que se mostra um talentosíssimo jogador. Mais clichê impossível. Um final que seria totalmente previsível se Aldrich não houvesse optado por começar o filme exatamente pelo final, e contar a história em flashbacks. Mas, se bem que sempre houveram indícios que essa reviravolta iria acontecer. Ou não. Mas certamente, ainda mais perdido que eu estava a direção, que acabou dedicando mais da metade de um filme extremamente curto a meras partidas de beisebol para proporcionar diversão. Isso fora a participação de Vera-Allen interpretando a sobrinha de Lobert que tem um caso amoroso com Polachuk e que misteriosamente, de uma hora para a outra, simplesmente deixa de ser citada e de ter papel na trama, além do "alívio cômico" proporcionado por um personagem cubano que é algo absolutamente xenófobo e bizarro. Embora "assistível", sobretudo devido à sua curta direção, Big Leaguer poderia facilmente ser a pior obra de Aldrich, se não existissem coisas como Os Rapazes do Coro ou A Lenda de Lylah Clare. Isso me lembra de uma frase que uma vez eu li num artigo da Variety se referindo ao Aldrich e dizendo algo como "Seus filmes bons são realmente bons, enquanto que seus filmes ruins são realmente ruins.". Uma definição excelente.

Comment

Notice
Please Disable AdBlocker for the best experience and If a video player doesn't work properly try refreshing the page to fix it.