A Fração do Exército Vermelho (em alemão, Rote Armee Fraktion ou RAF), também conhecida como Baader-Meinhof, foi uma organização guerrilheira alemã de extrema-esquerda, fundada em 1970, na antiga Alemanha Ocidental, e dissolvida em 1998. Recebeu a alcunha Baader-Meinhof, depois que Andreas Baader, um dos fundadores da organização, escapou da polícia graças à ajuda de uma jornalista, Ulrike Meinhof. O Grupo Baader Meinhof é um filme do cineasta alemão Uli Edel que conta os passos da organização homônima desde pouco antes de sua fundação, no final da década de 60 até a morte de seus líderes, em 1977. Uma obra extremamente instável, diga-se de passagem. No decorrer do filme, são perceptíveis gravíssimas flutuações de ritmo que tornam o ato de assistir a essa obra algo extremamente enfadonho. A introdução do filme vem em ritmo alucinante. A primeira cena acompanha Ulrike Meinhof na praia, com sua família. Logo em seguida somos levados ao meio dos protestos de estudantes contra o xá do Irã em 1967. Logo em seguida o filme cai de ritmo, onde se inicia a apresentação dos personagens com diálogos que acabam por fazer o filme parecer uma obra de propaganda comunista e/ou anti-imperialista. E é nessa variação brusca de ritmos que o filme vai seguindo, e se tornando cada vez mais indigesto. A direção é fraca, ficando ausente na maior parte do filme. Os personagens são pouco explorados, o que impede uma maior ligação com o público. Outro problema narrativo é que, no decorrer do filme, as ações do grupo que visavam a liberdade e a retaliação, passam a ficar infudadas, isto é, deixa-se de explicar suas reais motivações. O Grupo Baader Meinhof é certamente, um filme muito inferior e menos complexo do que outras obras alemãs com cárater histórico feitas nos últimos anos como A Queda e A Vida dos Outros. Seu estilo semi-documental é inferior ao utilizado no também alemão e recente A Onda, no qual nós conseguimos sim nos apegar aos personagens. No filme de Uli Edel os personagens históricos são mostrados como sendo personagens históricos, e não serem humanos. Eles são sempre colocados em um patamar superior ao do espectador, mostrados como ídolos. Provavelmente Edel, que tinha seus 20 anos em 1967, ano em que a história começa a ser contada, quis dar seus toques pessoais na obra, exagerando um pouco na mão. Certamente, Ulrike Meinhof e Andreas Baader foram seus ídolos de juventude, por isso a forma, no mínimo errônea, de retratá-los. Embora o filme não funcione como drama, é um ótimo documentário sobre 10 anos na história da Alemanha e uma obra, no mínimo recomendada para professores de história exibirem a seus alunos.
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