Interessante filme espanhol que se não cativa pelo aspecto técnico, ao menos no que tange ao roteiro não decepciona. Foge e muito do tradicional que os Estados Unidos produzem aos cântaros, já que se vincula a realidade (e isso provavelmente irá afastar o público habituado a um ritmo frenético e irreal). Destaque para a talentosa Blanca Portillo que dá vida a uma advogada respeitada que atua nos meandros não tão corretos da justiça espanhola. Sua vida tem uma guinada, quando seu filho sofre uma suposta tentativa de sequestro, e ela, ao que tudo indica, sofre na pele as consequências das brechas jurídicas existentes no corpo das Leis.
Essa descida aos infernos de uma mãe de família, possui todos os ingredientes necessários a nos tomar a atenção: Roteiro bem construído, ritmado e envolvente, que nunca nos deixa claramente a par para onde irá nos conduzir. Não se trata de um suspense, mas de um thriller bem amarrado com uma série de reviravoltas onde essa hábil advogada que tem o costume de tudo gerenciar com mãos de ferro, acaba subjugada pelo vórtice de inusitadas aparências enganadoras. O final choca pela simplicidade, nos mostrando que vivemos numa sociedade, em que ninguém se encontra completamente seguro. Todos são vítimas e não existem redomas de vidro.
Escrito por Conde Fouá Anderaos