Uma Ladra Sem Limites (2013)

Curioso filme em que uma velha fórmula não decola por estar coberta por uma grossa camada de botox que a acaba asfixiando. Assim se pode resumir essa obra de Seth Gordon: Rejeição ao enxerto novo que buscou renová-la.

“Sandy Patterson, um contador que leva com sua família uma vida sem maiores solavancos no Colorado, descobre surpreso que não possui mais nenhum dinheiro em sua conta. A causa: uma mulher se faz passar por ele (Sandy é um nome que serve a ambos os gêneros, tal como Darci aqui no Brasil) e se vale de suas informações pessoais para adquirir crédito e fazer compras em avalanche na Flórida. Quando a Polícia se vê diante das evidências que os gastos foram realizados por uma mulher o problema parece resolvido. Contudo por se tratar de um delito leve, cabe as autoridades da Flórida resolverem o problema se esse se tornar mais grave. Diante da omissão das autoridades ele resolve ir a demanda da cidadã com o intuito de persuadi-la a seguir com ele para o Colorado, a fim que explique a seu patrão o que ocorre (em realidade ele arma uma cilada para ela). Só que a jornada da Flórida ao Colorado não será das mais fáceis.”

 

Trata-se de um road-movie “cômico” que não arranca risadas, permanece sempre na UTI e não vem a óbito na infinita distância entre a Flórida e o Colorado, devido a química (improvável) do par central que agem mais como médicos de pronto socorro o ressuscitando. A tarefa dos dois não é fácil (é só acompanhar o roteiro raso escrito por Craig Mazin) já que não existe nada de digno no que lhe chegam às mãos. No entanto a dupla feita por Melissa McCarthy e Jason Bateman convence. Ele pacato, discreto. Ela despachada, elétrica. A diferença entre ambos surge no próprio vestiário. Ela parece fazer de suas vestimentas uma paleta onde se depositará uma enorme gama de cores cujo resultado nem sempre agradará as vistas de quem a vê. E ela, Melissa McCarthy não mede esforços para nos fazer rir. Pena que tudo se restrinja ao tour de force dos dois atores. O roteiro não permite que o filme decole em nenhum momento. Mesmo a mudança de direção tomada nos minutos derradeiros, onde o tom de pastelão se arrefece para dar lugar a alguns momentos de simpatia e ternura em prol da emoção não convence totalmente. Seth Gordon e seu roteirista parecem sentir um mórbido prazer em complicar a vida de seus dirigidos. Facilmente esqueceremos seus nomes e nos lembraremos com respeito do par central, que mostrou estar acima da obra empreitada. E sinceramente, sobreviver a isso, só comprova que o talento paira acima de qualquer bomba. O que eles seriam capazes de realizar com um roteiro e uma direção mais promissora? Espero que eles possuam oportunidade de nos fornecer a resposta.


Escrito por Conde Fouá Anderaos
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