É vulgo e natural que a profecia imprimida por Fulci e especialmente puxe as emendas, hoje não tão influenciadas, mas sempre presentes, se torne um espetáculo sobrenatural ao espectador de Terror Nas Trevas (E tu vivrai nel terrore – L’ aldilà) principalmente por que este toma, o que sempre foi retomado em filmes e de onde nunca se soube a origem. A origem dessa profecia mal assombrada, não da específica, mas a do mesmo mal, se vire para Fulci. É na mesma casa típica americana, que foi criada, certamente, em termos de tema, sem nenhuma diferença ao mal imprimido nas histórias de todas as artes mais tarde, porém é a Fulci que devemos temer.
Terror Nas Trevas(E tu vivrai nel terrore – L’ aldilà) memoriza que o som e a imagem dentro do cinema são os mais fortes e capazes de potencializar a força de um enigma monstruoso, principalmente, diabólico, por que este já não é mais parte de alguma dúvida a qual não podemos confiar certamente, mas sim de um fato concreto que estamos prestes a cair e só podemos andar correr gritar, reclamar e temer mas jamais fugir. É claro que o gore de Lucio é com certeza a marca que, principalmente nos dias de hoje, seja a ponta essencial de sua força, mas é de não confiar na certeza de um plano físico real ou não e procurar por respostas (cuja busca, é a mais determinantemente maior).
Lucio Fulci prefere acreditar que o tal fenômeno produzido pelo tal enigma, que provavelmente seja a procura mais objetiva, e não da força que o produz ou o modo como se faz, mas apenas saber e finalmente domá-la, algo a qual o ser humano esta sempre trabalhando para fazer com os seres e efeitos com que convive, seja o próprio cinema que em sua cena final de Terror Nas Trevas(E tu vivrai nel terrore – L’ aldilà) define tão bem a busca final e intensiva à um resultado a qual estamos destinados e apenas a este podemos confiar a certeza de que ocorrerá de maneira ou de outra.
Afim da loucura que apossa a mente, Fulci acredita provocar a loucura emitida pelo mais belo mindfuck, em cortes de momentos para outros, faça com que o mundo se torne a alegoria das mais estranhas e bizarras já vistas e ao mesmo tempo seja insignificante quanto ao seu mal. Na fé e na estrutura que cria-se um corpo, um ser humano, capaz de raciocinar, amar e temer(elemento a qual explica o sentimento de tudo diante do ser humano e dele mesmo diante do que é incapaz, papel que contradiz e que sempre irá contradizer). Por isso a fé em algo seja a “explicação” que Fulci de a essa assombração ocorrente, mais forte do que o choque da morte de Arthur(Gianpolo Saccarola) ou de tantos outros empregados da maldição hereditária que se segue.
Do poder da imagem, é capaz de demonstrar a matéria guiadora, a ambição e o desejo, principalmente em forma de sonho, só teremos nós para quebrar corretamente o ciclo da dúvida que percorre os sangues desde os antepassados, ainda que essa alma punidora sem forma absoluta, apenas a que nos pertence, nos tema.
O som de Lucio Fulci soa como música, porém é da mixagem dessa arte monstruosa, arte da realidade, violência, gore, cinema de terror, que cresce a alma de Liza(Katherine), e na pulsação da salvação esperada, de uma violência sem rumos inabitável no mundo real, apenas coerente dentro da arte das artes, o cinema. Pois Liza é apenas uma habitante de um mundo utópico e inviável em um vilarejo, como nas velhas histórias, mas mais do que nunca, é um pessoa que transpira o suar de quem transpirou nos horríveis mitos de terror as quais remetem principalmente a aquele outro ser que vivenciou os horrores antigos, e vivenciara novamente.
Na beleza do plano-sequência, nasce novamente o mal que atormenta a frequência do que seria capaz para o impulso de um ato de violência, ou mesmo da podridão. Apenas o mal só interfere quando está predestinado a matar a alma em que habita e não apenas ao que lhe é alheia. Por isso que a morte de uma mãe, literalmente, para dissecar os males da crueldade, precisa morrer para Fulci diante de sua obra-prima e à filha lhe restar à cegueira de quem não quer ver e de quem é cego pela loucura que antes lhe era inexistente. Por isso essa hereditariedade, essa obra maligna profunda dos antepassados, da tormenta, do mais primitivo ser atrás das sombras. Perde-se o espírito. Todos são cegos, apenas foram transformados literalmente.
Terror Nas Trevas(E tu vivrai nel terrore – L’ aldilà) é sobrenatural, o normal cinquenta vezes mais cru exposto em tela, mas em sua explicação tão sanguinolenta e crua, representa a forma mais bonita de se ver o que vivemos ou que passáramos pela vida, reduz a forma da frágil criança inocente, porém totalmente raivosa, em estado inabilitado e inútil, que o sangramento dos olhos de quem caiu, da pele de quem foi perfurada e do pescoço de quem foi rasgado, não irá escapar. Somos criaturas horríveis e encontramos outras que pertencem a mesma classe de monstruosidade, apenas esta não resta a sutileza, mas sim o que enfrentará quando for finalmente encontrar o que já é predestinado e certo. Na realidade, e principalmente no sonho, não teremos a mãe para nos salvar, em qualquer circunstância e desse pesadelo, o “bicho-papão” atrás de nós, debaixo da cama e a espreita aparecerá, sem cerimonia e todo mal será realizado, e o terror da falta de consolo para enganar e mentir de que não exista esse mal, essa provando também que a maldade também pertence mais ainda aos humanos, recorremos a Argento em Prelúdio para Matar ( Profondo Rosso, 1975 ) e para enfrentar essa falta, e finalmente encarar tudo, à Fulci em Terror Nas Trevas(E tu vivrai nel terrore – L’ aldilà) E quando não encontrarmos mais refúgio e nada, enfrentaremos o inferno, o terror.