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Estrada Perdida (1997)

[ AVISO IMPORTANTE: O TEXTO A SEGUIR POSSUI COMENTÁRIOS REVELADORES SOBRE A TRAMA DO FILME(SPOILERS), RECOMENDADO APENAS PARA QUEM JÁ VIU O ...


[ AVISO IMPORTANTE: O TEXTO A SEGUIR POSSUI COMENTÁRIOS REVELADORES SOBRE A TRAMA DO FILME(SPOILERS), RECOMENDADO APENAS PARA QUEM JÁ VIU O FILME ]

David Lynch é com certeza um dos maiores cineastas que o mundo já viu, que infelizmente a crítica nem a bilheteria escutam falar muito mas que com certeza faz parte de um revolução cinematográfica onde seu cinema mais pessoal impossível, não só usa características distintas de típicos filmes hollywoodianos, mas que também usam a favor de si um quebra-cabeça único onde nada pode ser tudo e tudo pode ser nada, um mundo de ilusões, de fantasia e de realidade e se tem um filme que pode provar essa grandiosidade é com certeza é o seu décimo filme, A Estrada Perdida(Lost Highway,1997).

Com todos os seus defeitos e qualidades, à uma coisa que sempre gosto de ver nos filmes de Lynch, é que tratam bem a fundo a mentalidade de seus personagens bizarros e neles criam um portal para que lá o espectador possa viajar dentro da câmera surrealista(sim, com certos toques de Buñuel) e até mesmo tridimensional. Desta porta que Lynch abre para o espectador, qualquer atenção é pouca, os olhos devem estar atentos e principalmente a lógica para decifrar um enigma não menos que genial, onde Lynch não se contenta e deixa sérias cenas fortes na qual podem afetar até mesmo o espectador mais forte. Mas o fato que estamos tratando aqui, é, por que A Estrada Perdida(Lost Highway,1997) é uma obra-prima?

Fred Madison(Bill Pullman) é um saxofonista, não muito conhecido mas que vive muito bem em uma casa muito boa com a sua única parceira, Reene Madison(Patricia Arquette). Mas quando misteriosas gravações são enviadas para a sua casa o casal fica intrigado e assustado. Chamando a polícia e nada resolvendo, ainda assim preocupados, vão à uma festa, onde lá encontram com um Homem(Robert Loggia) na qual fala com Fred e deixa o intrigado. Quando de volta para casa, as gravações começam a ficar mais próximas(agora não só gravando externamente sua casa, mas como internamente) e Fred começa a ter pesadelos sob a morte da sua mulher. Com isso, acaba sendo preso, sem motivo explicado, pela morte de sua mulher. Na prisão, Fred tem fortes dores de cabeça e quando um certo dia, percebem que Fred não está com a mesma aparência, mas sim com a de Pete Dayton(Balthazar Getty) e também com a mentalidade do mesmo.

Deste ponto de partida é que Lynch começa realmente a sua história. Sua trilha-sonora pesada(sim, com a aparição até de Marilyn Manson), é que Lynch cria o inferno em cima de Fred Madison, com certas ligações fortíssimas, aos personagens e com tudo e todos os elementos que o mesmo aparece durante a película com ainda o belo uso da energia, na qual Lynch é aficionado. As dimensões e ângulos de câmera são os verdadeiros responsáveis pelo verdadeiro terror que não só existe mesmo na mente do personagem mas como também na mente do espectador. Tudo é sombrio, sádico e nada parece fazer sentido, quando na verdade, a última peça se encaixa e tudo e todas os elementos e artefatos postos no filme formam um quebra-cabeça genial.

  

A câmera de Lynch é sempre insatisfeita e procura no escuro de tudo, mostrar um suspense ao espectador, que mesmo que o filme não traga bichos, lendas ou qualquer coisa amaldiçoada do tipo, mas sim a sua trilha-sonora pesada ou a ausência dela, da um toque maravilhoso, bem como as fitas, em que Fred põem chuviscam de forma estranha, que se não são estranhas, pelo menos dão essa sensação horrorosa para o espectador

O monstro de Lynch, existe, o monstro é o protagonista, mas de fato ele se sente vítima e até mesmo o espectador pode sentir isso, vivendo essas emoções vindas da mente de um psicopata e transmitidas para a grande tela do cinema, mostrando toda a sua força e poder. É o pensamento que um psicopata poderia ter, a criação cômica, que não só ele mas todos criam pelo menos uma vez na vida e que aqui são provadas que podem se tornar até mesmo filme. Os símbolos estranhos e elementos bizarros que representam o horror, amor e terror. Mas o fato é que apesar das emoções não refletirem muitas vezes a realidade, são totalmente verdadeiras, tal qual a emoção que o espectador sente ao viajar por essa Estrada Perdida(Lost Highway,1997)que é o símbolo do que é o cinema, do que é o pensamento, a psicologia, lógica, surrealismo e principalmente realidade, é uma vida. É o fim eterno.

A verdade, é que Fred Madison é na verdade a verdadeira pessoa que matou a esposa, mesmo que isso pareça uma manipulação que aquele Homem Misterioso, tenha feito, essa é a verdade. Todos os personagens que Fred cria dentro de sua mente são mudados da forma como Fred bem deseja. As verdadeiras dores de cabeça que o nosso protagonista tem é a força da realidade tentando puxa-lo e acabar com suas emoções fortes dentro de sua alucinação. A partir do ponto em que Fred entra na vida de Peter, que na verdade é uma personalidade toda criada aos moldes do mesmo que tem um certa visão muito, muito cinematográfica, bem como, os personagens que vivem junto com ele nesse universo parelelo, lembram personagens de filmes de gângsteres da década de 80 e 90, e isto é apenas uma das jogadas geniais que Lynch põem na cabeça do espectador e serve para o mesmo desvendar uma vez que tudo aquilo se distancia muito da realidade, tanto como sua perfeição como o seu molde cinematográfico.

Mr.Eddy/Dick Laurent é nada mais nada menos que a representação cômica do medo e o medo da tentação, que era matar a sua esposa, transformados em um personagem de filme gângsteres. Mais do que isso, Dick Laurent/Mr.Eddy é também a representação masculina forte de homem na qual Fred pensa que estava tendo um caso com a sua esposa, Reene Madison. Mais ainda, a paixão que Peter(Fred em sua tentativa de mudar de vida, de identidade) tem com Alice Wakefield, representa também a tentação de matar a esposa, sendo assim, Mr.Eddy/Dick Laurent é nada mais nada menos que a barreira que cuida para que Fred não caia nessa tentação, e Alice Wakefield é a isca que está junta com o mesmo e tenta fazer com que Peter caia nela.

Ao cair na tentação, o que podemos ter em mente, feito por isso, é que Lynch na cena onde Peter acaba por cair na tentação, no pecado, na sedução do amor de Alice Wakefield, cai também, na tentação e mata a sua esposa, é provado então de que Reene foi sim uma vítima assassinada brutalmente por Fred e ao passar do tempo, como vemos Alice de “santinha” para “demoníaca”, é o inferno em que Fred Madison sentenciou para si próprio. E onde vai piorando que prova mais ainda a sua insatisfação depois de matar sua esposa(que realmente o traíra), onde o mesmo delira. Assim quando Peter vê as imagens sensuais e de sexo que a mesma fazia, uma vez que ela revela sua participação pornô nos filmes de Mr.Eddy/Dick Laurent, é também a prova da raiva e do ódio que o saxofonista, Fred, está tendo, bem como o inferno que o mesmo sente, colocados de forma simbolizada em Lynch como o sexo sem amor, o fogo e falta de confiança que Fred tem em Alice Wakefield.

Já o homem misterioso, que persegue e tende a só dificultar a vida de Fred, é a representação também cômica e ainda mais viável para a plateia do medo, já que todos temos uma concepção dele como uma pessoa bizarra e ainda mais do que isso, representa não só o medo, mas sim na concepção de Fred, pois ele na verdade é a realidade, que para Fred não é nem um pouco bonita e nada agradável. Ela é a peça que mexe em tudo, tanto que ela ajuda somente uma vez a Fred matar Laurent(o que explica também a cena do fim e do começo onde avisa-se que, Dick Laurent morreu, logo a o medo de matar morreu e assim está avisado de que Reene Madison morreu), mas não tinha realmente algo para fazer no caso, uma vez que Mr.Eddy/Dick Laurent é o medo de cair na tentação que já foi quebrado antes quando Fred, no corpo de Peter teve um caso com Alice Wakefield. Os diálogos sensacionais, são um deles que fazem a parte seu show de mostrar a realidade junto com o homem misterioso pois sem alguns diálogos intrigantes e verdadeiros, como de Alice Wakefield falando que Peter(Fred) nunca vai o possuir e principalmente os milhares de diálogos e insinuações de o homem misterioso, que é a realidade fundida com emoções que Fred não consegue controlar(convicção, raiva, ódio), e com elementos que Lynch põem ajudam ao vilão misterioso(com certeza um dos mais intrigantes do cinema), como a eletricidade e a estrada(a cadeira elétrica se aproximando e a estrada perdida, que é o fim de tudo e um caminho onde Fred se perderá para sempre e sofrerá pela eternidade). Onde tudo isso não caberia em uma palavra menos que genial? Um mundo único onde as emoções viram moldes físicos com perfeição e genialidade, onde somente vivendo essa experiência que somente o cinema poderia proporciona daria para explicar.

Tudo isso fica claro, e os símbolos, não menos que geniais representam uma lembrança que o psicopata, Fred Madinson está tendo, mas de forma na qual ele gostaria que ocorresse. Mas o fato é que as emoções se tornam tão fortes, que apesar virarem personagens, esboçam de fato verdadeiros sentimentos tanto do psicopata, quanto do espectador, e são transmitidas de fato tão incomun, pessoal e de forma tão magnificamente movida pela câmera experiente de Lynch que viajamos em mundo de possibilidades, em uma mente que só poderia ser transmitida por Lynch. Afinal, ele é que é o verdadeiro louco da história.

7 comentários

  1. Uma analise bem aprofundada com certeza, mas ainda prefiro Cidade dos Sonhos.

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  2. Como fã de Lynch é um pecado que eu ainda não tenha assistido a este A Estrada Perdida... favoritei o texto para ler quando finalmente assistir.

    Abraços!

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  3. Gosto desses textos que me deixam com vontade de ver e rever e rever, ad infinitum. Aos meus olhos, o melhor do Lynch!

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  4. Belo texto. Ainda não vi o filme. Preciso corrigir isso. Parabéns.

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  5. excelente crítica, mas o português e a escrita são pobres demais, dificultando a leitura

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  6. Parece que o texto foi traduzido pelo google tradutor, ta impossível de ler com tantos erros.

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